sexta-feira, 2 de novembro de 2012

BOLA AO MEIO: Do Porto para o Benfica



Médio-centro de grande envergadura física. Preenche o meio-campo como ninguém. Pé direito de grande qualidade técnica e sempre de cabeça levantada. Liderança, organização e visão de jogo são algumas das suas características. Falo obviamente da nova coqueluche do futebol português e encarnado, André Gomes.

Nascido e crescido no Porto, começou desde muito jovem a jogar, neste caso no FC Porto onde chegou mesmo a carregar a braçadeira de capitão. Na época de 2008, André acabaria por ser dispensado do Porto e rumar ao Pasteleira, onde revitalizou a sua carreira para na época seguinte rumar ao Boavista. No 2º ano de júnior, o médio português acabou mesmo por viajar até Lisboa para assinar pelo Benfica onde chegou, viu e ganhou o seu lugar, figurando-se um líder dentro do campo uma vez que chegou mesmo a envergar a braçadeira de capitão do Benfica.

O talento do médio portuense deu nas vistas na época passada como júnior de 2º ano, alcançado o 2º lugar com 30 pontos, 2 atrás do Sporting. A sua afirmação no meio-campo benfiquista valeu-lhe a chamada à Selecção Sub-19, onde realizou o Europeu Sub-19 na Estónia. André Gomes, Agostinho Cá e João Mário formaram o tridente do meio-campo. Portugal caiu na fase de grupos, somando uma vitória frente à Estónia por 3-0, um empate contra Espanha que se viria a sagrar campeã por 3-3 e uma derrota frente à Grécia por 3-2. O médio português somou 2 golos nos 3 jogos o que mostra uma boa veia goleadora. O Europeu serviu como a confirmação da excelente época que André Gomes realizou. Apesar da eliminação prematura na fase de grupos, Portugal demonstrou ter grandes individualidades e podemos estar descansados quanto ao futuro da nossa Selecção.


O médio benfiquista cresceu muito na época passada mas tal só se veio a verificar esta época quando pegou de estaca no meio-campo da Equipa B e de jogo para jogo crescia a um ritmo exorbitante. A sua maturidade, inteligência táctica e capacidade de definição saltaram à vista dos responsáveis encarnados que não perderam tempo em chamar o médio a integrar os trabalhos da equipa principal, após a saída de Witsel, fruto da sua importância na equipa B onde demonstrou ser um elemento preponderante nas boas exibições do Benfica B.

O Benfica B perdeu um médio de transição e organização muito importante na estratégia da equipa mas a equipa principal ganhou um novo recurso para o meio-campo e a longo-prazo Portugal ganhará um patrão para o meio-campo.


Neste momento face às lesões de Carlos Martins e Pablo Aimar, André Gomes surgiu na lista dos convocados e tem agarrado as oportunidades. Jogou 25 minutos para a Taça frente ao Freamunde na vitória por 4-0, onde entrou e fez o último golo da partida. No jogo frente ao Gil Vicente apareceu como surpresa no onze titular face às lesões de Salvio, Gaitán e Nolito que levaram a que Jorge Jesus deslocasse Enzo Pérez para a sua posição de origem. Frente à equipa do Minho, André Gomes voltou a fazer o gosto ao pé e mostrou bons pormenores. É certo que falta alguma intensidade de jogo ao rapaz mas isso deve-se sobretudo ao facto de ainda se estar a habituar ao futebol sénior, contudo os aspectos mais fundamentais a nível táctico e técnico estão todos lá. Neste momento é mais importante saber gerir os tempos de jogo para não ameaçar a sua evolução enquanto jogador. Tem de jogar mas não tem de jogar de qualquer das maneiras. Jogará quando tiver de ser e todos os minutos serão essenciais para a sua afirmação como jovem valor do futebol português, o importante é não queimar etapas. Existe uma clara noção que estamos perante um diamante por lapidar e se o processo for bem gerido André Gomes tornar-se-á uma referência do Benfica e de Portugal muito em breve.

André Gomes percorreu a A1 em busca de um sonho, hoje é aposta no Benfica e será muito em breve aposta na Selecção. A história de vida do médio português prova que por vezes mais vale darmos um passo atrás para darmos dois à frente. Foi isso que André Gomes fez quando rumou ao Pasteleira e revitalizou a sua carreira. Hoje mais do que nunca falar do futuro do Benfica e de Portugal é falar do futuro de André Gomes. O jovem oriundo de Santa Maria da Feira, pode ser o primeiro fruto que as equipas B’s fornecem às equipas principais e com isso mudar o paradigma do futebol português, mostrando que existem jovens portugueses de qualidade que só precisam de uma oportunidade para a agarrar com unhas e dentes. Torcemos pelo sucesso do André, porque o sucesso dele será o nosso sucesso.




Movimentos preferidos




O jovem português de 19 anos joga com médio de transição num esquema em 4x4x2. Procurando dar verticalidade ao ataque benfiquista, sem se esquecer de apoiar na transição defensiva, fechando junto de Matic. Penetra muitas vezes zonas mais avançadas, aparecendo nos espaços criados pelos avançados, foi assim que surgiu o golo frente ao Gil Vicente e Freamunde. Em 2 jogos pela equipa principal, já leva 2 golos. É forte nos apoios curtos e nas desmarcações rápidas. Dotado tecnicamente e interpreta bem o jogo.

Ficha técnica

Nome: André Filipe Tavares Gomes

Clube: Sport Lisboa Benfica (POR)


Altura: 188 cm

Peso: 83 kg

Pé preferido: Direito

Data de nascimento: 30 de Julho de 1993

Nacionalidade: Portuguesa


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