sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Máquina do Tempo: O herói do primeiro golo da História da Selecção Nacional

Numa altura em que a Selecção Nacional está a poucos dias de entrar em campo para discutir com a Bósnia uma vaga no próximo Campeonato da Europa, e em que "golos" (muitos de preferência) é a palavra chave para garantir a presença na Ucrânia e na Polónia no próximo ano, fazemos hoje uma viagem na Máquina do Tempo para conhecer um pouco o homem que fez o primeiro tento da História da "equipa das quinas".

Por isso mesmo o seu nome faz inevitavelmente parte da galeria de notáveis do futebol português. A entrada no restrito “Olimpo dos Deuses” lusitanos deu-se quando a 18 de Dezembro de 1921, dia em que a Selecção Nacional disputou o seu primeiro desafio internacional. Fê-lo em Madrid, ante a poderosa Espanha do lendário Ricardo Zamora. Uma estreia infeliz para o grupo luso – onde sobressaía o nome do “mestre” Cândido de Oliveira –, conforme explica o resultado negativo de 1-3.

Colectivamente pode não ter sido a melhor estreia na alta roda do futebol internacional mas para a nossa estrela de hoje foi um dia memorável, pois foi dele o único golo da equipa das “quinas”, o primeiro golo de Portugal em jogos internacionais! Alberto Augusto é o seu nome, um lisboeta nascido no bairro de Benfica a 31 de Julho de 1898. Avançado, iniciou a sua carreira precisamente no Benfica e desde logo se tornou numa das referências do clube encarnado graças ao seu exímio domínio de bola aliado a um apurado instinto de “matador”.

Jogou ainda como extremo-direito, formando “par” com o seu irmão Artur Augusto uma das alas mais encantadoras do futebol português da década de 20. Conhecido nos relvados como “Batatinha” (desconhece-se a razão desta alcunha) foi convidado por diversas ocasiões para efectuar digressões internacionais por outros clubes nacionais, como por exemplo o Vitória de Setúbal, emblema este que numa deslocação ao Brasil deu a conhecer arte de “Batatinha” com a bola nos pés. Conclusão: Alberto Augusto acabou por lá ficar uma temporada, actuando em jogos de exibição por alguns emblemas canarinhos.

Regressou a Portugal e ao seu Benfica onde ajudou o clube a conquistar dois títulos de campeão de Lisboa. Em 1924 saiu do emblema da capital para rumar ao norte, mais concretamente a Braga onde se tornou no primeiro jogador profissional a actuar pelos minhotos.

Depois de passar pelo Vitória de Guimarães colocou um ponto final na sua carreira que teve como ponto alto o tal golo apontado – de grande penalidade – ao mítico guarda-redes Zamora no histórico Espanha – Portugal de 1921. Vestiu em quatro ocasiões a camisola das "quinas". Morreria em 1973 com 75 anos de idade.

1 comentário:

Necas disse...

já sentia falta desta rubrica. achava que tinha acabado. boas noticias!!