segunda-feira, 4 de abril de 2011

Entrevista com os «Gémeos Paixão»

Como complemento à edição de Abril da Revista Futebolista, aqui reproduzimos o resto da entrevista realizada a Marco e Flávio Paixão, conhecidos como os «Gémeos Paixão». A cumprirem a segunda época no futebol escocês, ao serviço do Hamilton, a dupla de irmãos mais mediática do futebol português falou, em conjunto, sobre as suas carreiras, os seus objetivos, os melhores e piores momentos e sobre as suas perspetivas de futuro. 

Como é que começou o sonho de se tornarem futebolístas profissionais?
O nosso sonho sempre foi jogar futebol, desde de pequenos que queríamos isso. O nosso pai ofereceu-nos as primeiras botas de futebol quando tinhamos cinco anos, foi um momento especial. Sempre que podiamos viamos futebol pela TV, jogávamos na estrada com os amigos, íamos ao estádio ver jogos com o nosso pai... Viamos Figo, Balakov, Isaías, Rui Costa, Quaresma, vê-los jogar ao vivo ainda nos fez amar mais o futebol! Sempre tivemos essa paixão, e nesse aspeto o nosso pai continua a ser a pessoa mais importante para nós.

Acham que há uma certa dificuldade em serem distinguidos individualmente, tendo em conta que são conhecidos como «os Gémeos Paixão»?
Para muitas pessoas é um grande problema. O nosso treinador e alguns jogadores às vezes chamam «Marco e Flávio» ao mesmo tempo. Nos treinos acontece com muita frequência, já aconteceu o Marco marcar um golo e o treinador pensar que foi o Flávio. É bastante divertido, mas nós já estamos habituados. Quando um de nós marca um golo, os adeptos do Hamilton cantam o nome dos dois e não apenas de um, o que também é divertido. É o que dá ter um gémeo!

No FC Porto foram jogadores em destaque nos juniores, mas acabaram por não chegar à equipa principal. O que é que falhou?
Não falhou nada. O FC Porto tem uma grande academia, repleta de bons jogadores e de gente com muita qualidade. Estar entre os melhores foi sempre um grande motivo de orgulho e uma grande experência para nós. O que talvez tenha faltado foi a oportunidade que alguns jogadores têm e outros não. Essa oportunidade faz a diferença entre chegar e não chegar ao topo.  Nós já trabalhámos com jogadores de grande qualidade, que hoje em dia estão esquecidos ou que estão em divisões inferiores, grandes talentos nacionais! Felizmente estamos contentes porque o futebol tem-nos sorrido e o FC Porto foi uma grande experiência para nós, aprendemos muito.

«Na Escócia, o jogador português é sinónimo de qualidade»
O campeonato português é bem conhecido na Escócia?
É muito conhecido e os jogadores portugueses têm uma grande fama aqui. Na Escócia, o jogador português é sinónimo de qualidade, as pessoas admiram o campeonato português e os jogadores portugueses. O Cristiano Ronaldo é o grande divulgador da nossa cultura e do nosso futebol, creio que ele também ajudou muito à fama dos jogadores portugueses.

E o estilo de vida, é diferente do praticado em Portugal?
A vida na Escócia é o oposto da vida em Portugal. Enquanto em Portugal temos sol, calor, boas temperaturas, pessoas cheias de energia e sempre com boa disposição, na Escócia chove quase todos os dias, o sol e o calor praticamente não existem, faz muito frio, as pessoas são frias e não têm a energia de um português. Por outro lado, consegue-se sempre encontrar pessoas simpáticas e bem dispostas, prontas para ajudar a qualquer momento. Quando não conhecíamos o país, havia sempre alguém disposto a levar-nos a um supermercado, centro comercial ou estação de comboio. 

Há algum episódio caricato entre vocês que queiram partilhar com os nossos leitores?
O episódio mais caricato que aqui tivemos foi no dia do nosso aniversário, a 19 de setembro. A maioria dos jogadores juntaram-se e prepararam uma surpresa para nós. Falaram com o diretor desportivo e pediram para ele nos dizer que um jornal desportivo estava no relvado à nossa espera que fazer uma entrevista e tirar fotos. Vestimos o equipamento, fomos para o campo e quando lá chegámos metade da equipa estava lá fora, à nossa espera, com sacos de farinha, ovos e muita vontade de rir! Bombardearam-nos com ovos e farinha por todos os lados, tentámos fugir mas trancaram a porta que dava acesso aos balneários. Alguns jogadores até filmaram, foi um episódio divertido!

A questão inevitável: qual dos dois é melhor jogador?
(risos) É uma questão que teriam de fazer a outras pessoas, somos jogadores muito similares. O melhor é perguntar àqueles que nos conhecem!

A um toque... Marco Paixão
> Considera Ronaldinho Gaúcho, Cristiano Ronaldo, Figo, Quaresma e Ronaldo "Fenómeno" os melhores jogadores que viu jogar;
> Tem como hobbies bodyboard, karting, ténis e jogar playstation.
> Elege Raúl Meireles e Anderson os melhores jogadores com quem já partilhou o balneário;
> Pedro Munitis, do Racing Santander, é o melhor jogador que já defrontou;
> O Real Madrid é o seu clube de sonho;
> Se não fosse futebolista, seria manequim profissional "ou algo relacionado com o futebol";
> O filme 'Pianista' é o seu favorito;
> No seu mp3 não pode faltar R&B americano, kizomba e chillhouse.

A um toque... Fávio Paixão
> Tem como hobbies o bodyboard, o ténis, estar com o irmão e "disfrutar da vida".
> Considera Cristiano Ronaldo, Ronaldo 'Fenómeno' e Figo os seus ídolos, considerando o ex-jogador do Inter um exemplo para todos.
> Elege Raúl Meireles o melhor com quem já jogou.
> Messi e Puyol são os melhores jogadores que já defrontou (veja aqui Flávio contra o Barcelona).
> O Real Madrid é o seu clube de sonho;
> Paranormal Activity é o seu filme favorito.
> Não passa sem ouvir Hip-hop, R&B, kizomba e chillhouse.

3 comentários:

Bruno Vaz disse...

Excelente entrevista. Estes jogadores como os gemeos paixao raramente sao falados em portugal

Necas disse...

que cueca que flávio espetou ao abidal!! ahaha

Carlos Barata disse...

tá gira a entrevista. Não fazia ideia. Nunca tinha ouvido falar deles, confesso :p